Agora, restam as memórias
Ele desapareceu. Escolheu isso, e eu sinto-me mal. Sei que vai durar dias ou semanas, talvez meses. Depende. Posso procura-lo apenas para saber se continua bem, como se fosse da minha conta. Recebo respostas curtas e, como se fosse possível, fico a sentir-me ainda pior. Então, começo a aceitar que, talvez, o melhor seja mesmo deixa-lo em paz. Faço isso, e sinto-me péssima por mais uns dias. Recebo um choque da realidade. Dormir e saber que quando acordar, tudo estará da mesma forma. As pessoas não voltam, não quando eu preciso que voltem. Acabou, acontece.
Sinto-me bem, agora, sou outra pessoa. Nunca somos os mesmos após o fim e, quando a história se reinicia, jogamos com outras personagens. Ele resolve voltar. Agora não importa, eu também fiz escolhas, eu também existo, e eu sinto-me bem. Dou respostas curtas, devolvo o amor que me deu.
Talvez seja a hora de me deixar em paz, mas nunca fazem isso. Querem motivos e, eu dou: cansei. Nunca esperam que superemos a falta que nos fazem. As pessoas voltam com motivos inúteis depois de muito tempo e esperam encontrar aquilo que abandonaram. Boa sorte com a busca, procura nos cemitérios que enterram idiotas. O meu túmulo estará lá, bem junto do teu.