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Acertos de uma Miúda

"I felt in love for a whisper, a demon, a torment. I felt in love for a madness."

Noite de feira

Eu quis e quero ligar a alguém. Contar o que aconteceu, e o quão significante foi para mim. Mas não há ninguém. Ninguém disposto a abrir mão do sono para ouvir minhas queixas. Ninguém que, por mais que eu tente explicar, irá perceber o que nem eu mesma consigo perceber. Então eu decidi escrever. No entanto, a escrita tem algo negativo: é feita através de conceitos poéticos. E a razão pela qual não se entende a poesia é porque não há nada para se entender, e a razão pela qual a maioria dos escritores escrevem é porque eles pensam que entendem. Não há nada para ser compreendido ou “recuperado”. É apenas escrita, textos. Textos escritos por alguém, num momento qualquer, e não com muita frequência. E hoje eu escrevo porque, agora, eu sinto a minha alma rasgada, só de recordar. Mas eu não posso odiar este hoje. A maioria dos dias do ano são insignificantes. Começam e terminam sem lembrança alguma. A maioria deles não tem impacto algum no percurso desta treta de vida. Hoje não. Eu estou tão feliz, mas tão triste também. Não sei o que sentir. Vivi iludida; acreditava que ainda não tinhas encontrado outra. Mas estava enganada, afinal, a parva aqui sou eu.

As pessoas apaixonam-se pelo jeito da outra pessoa. E eu sinto-me atraída por ele. Atraída pelo facto de demorar a piscar os olhos, pela maneira de caminhar, o facto de usar a camisa por fora das calças, o jeito do cabelo, o facto de suspirar no final de cada frase, da preguiça, o jeito de sorrir... e, por mais que eu queira e tente, eu não consigo explicar. Neguei tanta vez que não sentia nada, talvez para me mentalizar de que não sentia mesmo. Mas sinto, e porra se sinto! Eu não quero alguém que morra de amores por mim, só preciso de alguém que viva por mim, que queira estar junto de mim, que me abrace. Não peço que gosto de mim tanto quanto goste dele. A fasquia já está tão baixa. Eu sinto que o destino já fez de tudo para que percebesses que talvez possa ser eu.

É tão difícil falar e dizer coisas que não podem ser ditas. É tão silencioso. Não dá para traduzir o silêncio num encontro real entre nós. é difícil de contar. Eu olhei para para ele fixamente, por instantes, no primeiro dia. Esses momentos foram, e são, o meu segredo e a minha desgraça. Houve o que se chama de amor à primeira vistaI. Eu chamo isto de estado agudo de felicidade, ou tristeza, no meu caso, porque não é correspondido. De qualquer maneira, nem há como saber.

 

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