Porquê, pai?
Talvez eu pense demais. Talvez eu sinta culpa do que não é culpa minha. Talvez eu esteja na rua e julgue sem conhecer. Talvez. Mas, de certeza, que isto não é culpa minha. Desta vez não fui eu que perdi o controlo de mim, não fui eu que me joguei para fora desta pista, não de prepósito. Já considerei a possibilidade de largar tudo, de deixar acontecer uma tragédia... Ou seja lá o que for. Mas não fui eu. Sabes, odeio o facto de que algum dia tudo isto se reduzirá a nada. Vamos acabar recheados de terra. Tudo isto é tão triste, tudo isto me leva a pensar que nada vale a pena. Diz-me, porquê que não permaneces naquilo que e faz bem? No que te mantem os pés firmes a algo? Porquê, pai? Por causa destas tuas “brincadeiras” eu deixei de dar valor aqueles jantares de família. Deixei de te conseguir olhar do mesmo modo. Espero que saibas que, durantes dias, perdi-me só para me tentar encontrar em alguém que eu não sou. Não entendes, aliás, ninguém entende o que sinto, muito menos o que senti quando descobri o que tens feito.